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04
Organização
Mapa do Município
A chamada Trilha dos Tamoios, ficava dentro do Vale do Paraíba, era no século XVII o caminho de passagem de bandeirantes que voltavam de Minas Gerais trazendo ouro que seria levado a Europa. Ao decorrer das viagens as tropas faziam paradas às margens do Rio Paraitinga. (IBGE, 2017)
Com a queda da mineração em Minas Gerais e pela a necessidade do crescimento da produção agrícola da região o Governador da Capitania de São Paulo, D. Luiz Antônio de Souza Mourão, autorizou a fundação de um povoado, junto ao Rio Paraitinga e entre Taubaté e Ubatuba, tendo o centro urbano todo planejado. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS DO PARAITINGA, 2017)
A Vila inicialmente denominada como São Luís e Santo Antônio do Paraitinga se dedicou exclusivamente a cultura de cereais durante muitos anos, uma cultura agrícola concentrada na sobrevivência, considerava a melhor opção para os habitantes da vila, por se tratarem de famílias de poucos recursos até dar início à plantação de café e algodão.(PREFEITURA DE SÃO LUÍS DO PARAITINGA, 2017)
Paraitinga também participou do período de abundância, o ciclo do café em 1830 acentuou a economia local, causando o aumento do município e o acúmulo de riquezas dos proprietários rurais, porém sem deixar de produzir os demais cereais. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS DO PARAITINGA, 2017).
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Fonte: IBGE 2017
São Luiz do Paraitinga em 1888, possuía uma das primeiras fábricas têxteis de todo estado de São Paulo. Contudo a intensa atividade agrícola causou o esgotamento do solo e degradação da vegetação natural, reduzindo a economia agrícola do município para apenas cultivo de subsistência, introduzindo novas relações comerciais como a fabricação de rapadura, farinha de trigo e produção de aguardente. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS DO PARAITINGA, 2017).
A figura ao lado é a representação de um mapa que mostra os caminhos dos bandeirantes em direção a Minas Gerais, observem a Serra da Mantiqueira e o Rio Paraitinga, onde em suas margens foi fundada a cidade de São Luís do Paraitinga.
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Até ser considerada no século XIX como “Celeiro do Vale” por ter priorizado o cultivo da agricultura de feijão, cana, milho e mandioca, durante o período onde o café era a principal atividade econômica. A diversidade produtiva e sua localização geográfica em São Luís do Paraitinga proporcionou uma frequência considerável das tropas que viajavam para o litoral, dando origem a estabelecimentos de ferreiros e comerciantes que viviam em função da circulação de pessoas, sendo assim considerada cidade em 30 de abril de 1857.
“Aquele que busca o céu na terra, certamente dormiu na aula de Geografia.”
STANISLAW JERZY LEC
Fig 01: Coleção Morgado de Matheus. Mapa da capitania de São Paulo, em seu sertão em que devemos descobertos, que lhe foram tomados para Minas Gerais, como também o 17-Francisco Tosi Columbina. Fonte: ASSUMPÇÃO.V.RODRIGO,2008 pg.35.
A Ferrovia
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A Ferrovia Dom Pedro II de 1852 foi a primeira ferrovia implantada no país, se tratava da ferrovia mais próxima da cidade de São Luís do Paraitinga. O projeto da Ferrovia Dom Pedro II, pretendia ligar o Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba e, mais tarde, a Minas Gerais. O percurso deveria ser feito por mar, do Rio de Janeiro até o porto Mauá, na Baía de Guanabara, seguindo de trem até o pé da Serra da Estrela. A partir deste ponto o trajeto seria por uma estrada de rodagem até Petrópolis, onde continuaria novamente por trem.
A imagem ao lado se trata de um trecho da ferrovia Dom Pedro II em direção ao Vale do Paraíba.
Ponte da Ferrovia Dom Pedro II.
Fonte: BN DIGITAl
Atualidade
No início do ano de 2010 a cidade sofreu com a ocorrência de uma grande enchente, que levou seu patrimônio histórico – cultural a ruínas e desabrigou inúmeras famílias, causando danos em diversos âmbitos. A tragédia se deu por conta dos altos índices de chuva que vinham ocorrendo desde o inverno do ano de 2009, fazendo com que o nível do rio Paraitinga se eleva gradualmente, já que o solo muito encharcado passou a não absorver a água que recebia a escoando para o rio, gerando assim a ocorrência da catástrofe.
Mais do que o patrimônio material o incidente acontecido levou as memórias e as lembranças da população e da própria cidade, já que a mesma sempre foi coberta de manifestações culturais e religiosas que a caracterizavam. Assim o processo de reconstrução da cidade além de reerguer estruturas físicas necessitou reconstruir tradições e manifestações culturais que estavam gravadas nas ruas da cidade.
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Fonte:G1
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Atualmente o município se enquadra na categoria de cidade turística sendo em 2010 reconhecida como Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) , além da atração histórica possui também um patrimônio natural, religioso e cultural que acentua ainda mais o turismo na cidade. Com cerca de 10.397 pessoas, segundo o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), apesar de o setor turístico possuir grande potencial, o município também possui grande parte desta população envolvida em atividades agropecuárias e trabalhos do gênero.De pousadas, festas, tradições, lendas, atrativos naturais e outras tantas caracteristicas, o cenário atual da cidade se firma, após ressurgir de uma tragédia.
Fonte: Site oficial São Luiz do Paraitinga
Hoje a cidade conta com 437 edificações tombadas que compõem o roteiro turístico da cidade, lugares como a Casa e Museu Dr. Oswaldo Cruz, a Capela das Mercês, o Mercado Municipal e as igrejas de Nossa Senhora do Rosário, possuindo ainda uma famosa festa carnavalesca e muitas outras comemorações tradicionais religiosas. São Luiz do Paraitinga ergue sua economia por meio do turismo, o que gera de certa forma disparidade entre os demais setores, e uma limitação no leque de vagas e oportunidades para os jovens e os que buscam emprego.
A globalização atinge ao mundo todo, mas não a todos lugares.
Milton Santos
Referências:
ASSUMPÇÃO.V RODRIGO 2008.A formação das identidades urbanas em São Luís do Paraitinga e Bananal; Patrimônio Arquitetônico e Religioso.
ANAIS DO XX ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA. Disponível em: <http://www.anpuhsp.org.br/sp/downloads/CD%20XX%20Encontro/>. Acesso em: 28 mai.2017.
BN DIGITAl. Biblioteca Nacional 2017. Disponível em: < http://bndigital.bn.gov.br/acervodigital/> . Acesso em: 28 mai. 2017.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Cidades de São Paulo São Luís do Paraitinga. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=355000>. Acesso em: 29 de mai. 2017.
MACEDO, Éneas; COELHO, Dudu. O QUE FAZER? APRESENTAÇÃO. Disponível em: <http://www.saoluizdoparaitinga.sp.gov.br/site/o-que-fazer/apresentacao/>. Acesso em: 29 mai.2017.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS DO PARAITINGA. Disponível em: <http://www.saoluizdoparaitinga.sp.gov.br/site/>. Acesso em: 28 mai.2017.