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Sobre o histórico econômico de São Luís do Paraitinga pode se dizer que a primeira fase de povoamento da região até as primeiras décadas do século XIX, caracterizou-se pela agricultura e policultura através da posse de terra, no entanto esta não foi a primeira forma de economia no município pois em 1769 a população fundada vivia a custa principalmente da lavoura do milho e do feijão além de menores significantes de cana de açúcar, arroz e fumo. De maneira geral a economia era de subsistência e realizada com técnicas rudimentares.
Foi somente no final do século XIX que a economia foi marcada pela produção de café que ainda na atualidade influencia na paisagem da região. Também neste mesmo período houve a cultura do algodão, porém não tão expressiva quanto a cultura do café que se sobrepôs a monocultura comercial, a policultura antes existente.
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Fonte: Revista Brasileira de Geografia,1959.
O período cafeeiro da margem a evolução econômica de São Luís e tem sua maior expansão até 1918, quando então o solo começa a se esgotar devido a forma de cultivo rudimentar, as queimadas e a não proteção e restauração do solo acidentado que se tornou propicio a erosão, gerando crises econômicas. No ano de 1918 a grande geada, contribui para a decadência definitiva da lavoura cafeeira de São Luís.
A decadência prossegue nos anos posteriores e de forma gradativa outros cafezais vão sendo destruídos, até que a crise de 1929 encerre definitivamente a fase de São Luís como município cafeicultor.
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Fonte: Revista Brasileira de Geografia,1959.
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A partir de meados do século XX a região retorna as primeiras formas de economia vinculada ao cultivo do milho e do feijão, em posição complementar a cana de açúcar, o arroz e o fumo. Na exploração pecuária com destaque para o porco com certo valor econômico, e alguns animais de trabalho. Pode-se dizer que se tratava de economia caipira.
Fonte: Revista Brasileira de Geografia,1959.
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Atualmente a agropecuária no município de São Luís continua sendo influente se comparada a Região Governamental e ao Estado, porém no próprio município esta atividade não é mais influente.
Um dos fatores que justificam o setor de serviços como principal atividade econômica em São Luís do Paraitinga, é o fato da cidade ser uma das estancias turísticas do estado de São Paulo. A partir do ano de 2002 o comércio começa a se desenvolver na região, e grande parte dos estabelecimentos estão ligados ao turismo, como bares, restaurantes e pousadas e nas outras áreas o setor também aumenta (MANOLESCU, F. M. K e MARQUES, Ricardo 2004).
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Fonte: Seade, IMP 2014
Como atrações turísticas a cidade conta com o ecoturismo e esportes de aventura, turismo rural, cicloturismo, patrimônio arquitetônico e alguns pontos de visitação como o Mirante da Torre, porém é a festa do Divino Espírito Santo de São Luís do Paraitinga que ganha maior destaque turístico, por suas tradicionais manifestações em louvor ao Divino que acontecem a mais de dois séculos.
O Quadro a seguir, resume os principais fatores identificados em relação a dimensão econômica, segundo a visão de atores importantes para a atividade turística local.
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Como visto, apesar do valor do dano estar subestimado este superou o PIB municipal em 26%, refletindo claramente a magnitude do impacto no contexto socioeconômico do município, exigindo, portanto, a necessidade primordial de ajuda das esferas estadual e federal para superarem suas perdas. (Corsi, Alessandra Cristina, Paulo Brito Moreira de Azevedo, e Marcelo Fischer Gramani.2012).
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No ano de 2010 um fator natural afetou significativamente a economia do município, o alto nível de precipitação teve como consequência a enchente que inundou São Luís do Paraitinga, que teve que cancelar o Carnaval local. De acordo com o secretário de turismo Eduardo Coelho, a cidade estaria deixando de ganhar cerca de R$ 20 milhões.
Porém as perdas vão além do que a cidade deixou de ganhar, o montante das perdas e danos foi de R$ 103,63 milhões nos setores: habitacionais, de educação e cultura, social da saúde, abastecimento de água e esgoto, infraestrutura de transporte, comércio e serviços, energia elétrica isto sem contar as 5.050 pessoas desalojadas, 95 desabrigadas, 16 deslocadas e 10.858 afetadas pelo evento. O gráfico a seguir mostra a relação do dano com o PIB e a receita municipal para os anos de 2009 em comparação ao montante de perdas e danos com a enchente de 2010.
Referências Bibliográficas:
Corsi, Alessandra Cristina, Paulo Brito Moreira de Azevedo, e Marcelo Fischer Gramani. "Valoração de Danos Decorrente da Inundação em São Luiz do Paraitinga." Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade: GeAS 1.2 (2012): 124-142. Acesso em junho de 2017.
DELAMARO, Maurício C. Pesquisa, extensão e parcerias em São Luiz do Paraitinga: refletindo sobre passados e futuros carnavais. Acesso em maio de 2017.
MANOLESCU, F. M. K e MARQUES, Ricardo. O Desenvolvimento Sócio- Econômico de São Luiz do Paraitinga, VIII Encontro Latino Americano de Iniciação Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba,2004. Págs.685-687.Disponivel em< http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2004/trabalhos/inic/6.htm>.Acesso junho de 2017.
PETRONE, Pasquale. A região de São Luís do Paraitinga: estudo de geográfica humana. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1959. Págs. 251-260. Acesso maio de 2017.
R7 Notícias. Com cancelamento de Carnaval, São Luís do Paraitinga deixa de receber R$ 20 milhões, publicado em 19/01/2010. Disponível em < http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/com-cancelamento-de-carnaval-sao-luis-do-paraitinga-deixa-de-receber-r-20-milhoes-20100119.html>.Acesso em junho de 2017.
SEADE, IMP 2014.Participação da Agropecuária no Total do Valor Adicionado (Em%).Disponível em < http://www.imp.seade.gov.br/frontend/#/perfil>. Acesso em maio de 2017.
SEADE, IMP São Luís do Paraitinga. Valor Adicionado, por Setores de Atividade Econômica e Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Disponível em < http://www.imp.seade.gov.br/frontend/#/tabelas>. Acesso em junho de 2017.